segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

história do número PI


 
HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA CONSTANTE PI
O número PI é a razão entre o comprimento e o diâmetro da circunferência, mas na antiguidade existia a dificuldade de calcular o seu valor, pois os matemáticos não tinham conhecimento de números decimais. A solução era usar apenas o número três como valor do PI, que nos dias de hoje  é utilizado para calcular a área do círculo,com isso a precisão da área era bem inferior a do real. Temos algumas referências na Bíblia do número PI com valor três Vejamos:
<fez fundir assim mesmo um mar de dez braças de um lado a outro, perfeitamente redondo. Tinha cinco braças de altura e ao seu redor um cordão de trinta braças> I Reis 7:23
Outra citação é encontrada em II Crônicas 4:2. Nela aparece em uma lista de requerimentos para a construção do Grande Templo de Salomão, em 950 a.C. Ambas as citações dão 3 como o valor de PI.
 Nos dias atuais o número PI é utilizado na matemática, física e engenharia com o seguinte valor numérico:
O número PI é representado pela letra grega π, Segundo o escritor Stalliviere[1] (2009):explica,

A notação com a letra grega  provém da inicial das palavras de origem grega `` (periferia) e `` (perímetro) de um círculo. Esta notação foi usada pela primeira vez em 1706 pelo matemático Willian Jones e popularizada pelo matemático Leonhard Euler, em sua obra <<Introdução ao cálculo infinitesimal>> de 1748. Foi conhecida anteriormente como a constante de Ludolph (em honra ao matemático Ludolph van Ceulen) ou como constante de Arquimedes (não confundir com o número de Arquimedes. (STALLIVIERE, 2009).
A constante PI não surgiu de um único matemático, mas foi evoluindo por vários matemáticos na história, Segundo Stalliviere (2009)
O valor do número PI foi obtido com diversas aproximações ao longo da história, sendo uma das constantes matemáticas que mais aparece nas equações da física, junto com o número e. Por isso, talvez seja a constante que mais paixões desperta entre os matemáticos prossifionais e aficionados. (STALLIVIERE, 2009)
 A primeira noticia na história do cálculo do número PI aconteceram no antigo Egito, no do papiro Rhind, aproximadamente 1800 a.C, Segundo Stalliviere (2009):
Diziam que a área do círculo era igual à área de um quadrado cujo lado é igual ao diâmetro diminuído em ·, isto é igual a  do diâmetro, transformando as frações em números decimais obtemos:
S=   = =    =3,16049...
Legenda:
S= fórmula da área do círculo
 = constante matemática dos dias atuais, que na época não era conhecida
r= raio do círculo
d= diâmetro do círculo
Observação: Como o diâmetro é igual a dois raios, temos: .
Podemos observar que seu valor era superior ao real, obtendo assim um resultado que deixava o cálculo com uma pequena diferença a mais. 
Foram encontrados vários papiros sobre geometria ao longo da história, mas pouco se falava no cálculo do número PI. Um desses papiros encontrados é o papiro Rhind. Vejamos a explicação do Stalliviere (2009):
Entre os oito documentos matemáticos encontrados na antiga cultura egípcia, em dois se fala de círculos. Um é o papiro Rhind e o outro é o papiro de Moscou. Somente no primeiro se fala do valor aproximado do número PI. O pesquisador Otto Neugebauer, em um anexo de seu livro ``The Exact Sciences in Antiquity´´, descreve um método inspirado nos problemas do papiro de Ahmes, para averiguar o valor de PI, mediante a aproximação da área de um quadrado de lado 8, a de um círculo de diâmetro 9. (STALLIVIERE, 2009).
A Mesopotâmia foi a primeira civilização da história que cultivava, em grande escala, a necessidade de cálculo mais exato. Com essa necessidade os matemáticos calcularam o número PI como 3,125, como explica Staliviere (2009):  
Na Mesopotâmia, alguns matemáticos mesopotâmicos empregavam, no cálculo de segmentos, valores de PI igual a 3, alcançando, em alguns casos, valores mais aproximados, como o de 3 +  = 3,125. (STALLIVIERE, 2009).
O matemático mais notável da história da matemática foi Arquimedes (século III a.C.). Ele também viu em seus cálculos a necessidade de complementar o número três, seguindo esse foco que ele chegou ao resultado mais próximo do usado atualmente e de um jeito muito simples e por outro lado árduo. Conforme Stalliviere (2009):   
O primeiro matemático da historia a aproximar o cálculo ao valor que usamos atualmente, foi Arquimedes de Siracusa (século III a.C.). Foi capaz de determinar o valor de PI, entre o intervalo compreendido por 3 , como valor mínimo, e 3 , como valor máximo. Com esta aproximação de Arquimesdes se obtém um valor para PI com um erro que oscila entre 0,024  e 0,040  sobre o valor real. O método usado por Arquimedes era muito simples e consistia em circunscrever (escrever polígonos por fora da circunferência) e inscrever (escrever polígonos por dentro da circunferência) polígonos regulares de n-lados em circunferências e calcular o perímetro de ditos polígonos. Arquimedes iniciou com hexágonos circunscritos e inscritos, e foi dobrando o número de lados até chegar a polígonos de 96 lados. (STALLIVIERE 2009).
Outro método usado para calcular o valor do PI foi criado por Vittrúvio. Ele usou uma roda e calculou o comprimento do rastro, depois dividiu pelo diâmetro, como não era conhecido o conjunto dos números irracionais, ele apenas simplificou a fração. 
Em torno do ano 20 d.C., o arquiteto e engenheiro romano Vitrúvio calculou PI como sendo o valor fracionário = 3,125 medindo a distância percorrida em uma revolução, por uma roda de diâmetro conhecido. (STALLIVIERE, 2009).
Apesar de não ter o método usado por Ptolomeu, ele chegou à aproximação que usamos atualmente, ``No século II, Claudio Ptolomeu proporciona um valor fracionário por aproximações:
  (STALLIVIERE, 2009).´´

Na China, assim como em todo o mundo, o cálculo do número PI também proporcionou  uma busca intensa pelos matemáticos para chegar à aproximação do seu valor. Segundo Stalliviere (2009).
O cálculo de PI foi uma atração para os matemáticos de todas as culturas. Por volta do ano 120, o astrólogo chinês Chang Hong (78-139) foi um dos primeiros em usar a aproximação  = 3,16227766, que deduziu da razão entre o volume de um cubo e a respectiva esfera inscrita. Um século depois, o astrônomo Wang Fang o estimou em (3,155555), ainda que se desconheça o método empregado. Poucos anos depois, por volta do ano 263, o matemático Liu Hui foi o primeiro em sugerir que 3,14 era uma boa aproximação, usando um polígono de 96 ou 192 lados. Posteriormente estimou PI como 3,14159 empregando polígono de 3.072 lados.
No final do século V, o matemático e astrônomo chinês Zu Chongzhi calculou o valor de PI em 3,1415926 ao qual chamou <<valor por falta>> e 3,1415927 <<valor por excesso>>, e deu duas aproximações racionais de PI:  e  , ambas muito conhecidas, sendo a última aproximação tão boa e precisa que não foi igualada por mais de nove séculos. (STALLIVIERE, 2009).
Na Índia o matemático usou o mesmo método de Arquimedes, mas com uma definição, mais ampla, utilizando um polígono inscrito de 384 lados, já Arquimedes tinha usado apenas de 96 lados.   
O estudo do PI na Índia, foi usado um polígono regular inscrito de 384 lados, no final do século V, o matemático indiano Aryabhata estimou o valor em 3,1415. Pela metade do século VII, estimou incorretamente a aproximação exata até 11 dígitos (3,14159265359), sendo o primeiro a empregar séries para realizar a estimativa. (STALLIVIERE, 2009).
Os Islandeses também calcularam a aproximação do número PI e usaram até 16 dígitos do número PI.
A história da Islândia ocorreu no século IX Al-Khowârizmi em sua ``Álgebra´´ (Hisab AL yabr ua al muqabala) faz notar que o homem prático usa  como valor de PI, o geômetra usa 3, e o astrônomo 3,1416. No século XV, o matemático persa Ghiyath al-Kashi foi capaz de calcular o valor aproximado de PI com nove dígitos, empregando uma base numérico sexagesimal, o que equivale a uma aproximação de 16 dígitos decimais: 2 . (STALLIVIERE, 2009).
Enfim, no século XII na Europa, os matemáticos chegaram ao valor que é usado nos dias de hoje.
No renascimento europeu, ocorreu a partir do século XII, com o uso de cifras arábicas nos cálculos, facilitou muito a possibilidade de obter melhores cálculos para PI. O matemático Fibonacci, em sua <<Practica Geometriae>>, amplificou o método de Arquimedes, proporcionando um intervalo mais estreito. Alguns matemáticos do século XVII, como Viète, usaram polígonos de até 393.216 lados para se aproximar com boa precisão a 3,141592653... (STALLIVIERE, 2009). 
Atualmente com o recurso do computador foi descoberto que o número PI é infinitesimal, Segundo Andrade (1999)[2]:  
Em 1949 um computador foi usado para calcular p até as 2.000 casas decimais. Em 1961 conseguiu-se através de computação a aproximação de p até de 100.265 casas decimais, mais tarde em 1967 aproximou-se até às 500.000 casas decimais. Recentemente, David Bailey, Peter Borwein e Simon Plouffe contabilizaram 10 bilhões de casas decimais para p , usando uma fórmula que dá cada casa decimal do p individualmente, para cada n escolhido. O conhecimento de um número cada vez maior de dígitos de p, pode trazer grandes avanços na área tecnológica, principalmente na construção de novos computadores pois, o cálculo de seu valor é usado para testes de software e hardware onde uma diferença em um de seus algarismos indica falha nas arquiteturas dos mesmos (Andrade, 1999).
A maior parte dos livros que tem exercícios com o número PI usam o valor 3,14.  

 

[1] Iran Carlos Stalliviere Corrêa- Museu de Topografia Prof. Laureano Ibrahin Chaffe, Departamento de Geodésia, IG/UFRGS.
[2] Andrade, L. N. (1999) Novas fórmulas utilizadas no cálculo do valor de PI. Revista do Professor de Matemática. v. 41, n. 41, p. 43-46.
 

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